quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Breve...! Confúcio

Durante a dinastia Han o confucionismo dominava o pensamento filosófico, ético e político. O antigo filósofo e Imperador Confúcio era contra o uso excessivo da coerção, considerava o homem bom e possuidor do livre arbítrio, sendo a virtude sua recompensa. Os imperadores tentavam manter a harmonia em seus reinos, trazendo sempre uma ideologia de lealdade e submissão ao poder do monarca. O único sacrilégio era desobedecer a regra da piedade.

O direito chinês, pelo ensinamento de Confúcio, passou a ser um sistema autônomo de direito cuja base é a moral, e essa base nos princípios morais de Confúcio, inseridas na sociedade, facilitavam a governabilidade. As regras morais e sociais de conduta eram o ponto de partida para que as pessoas soubessem o que poderiam ou não fazer. O confucionismo enfatizava o estudo, a harmonia, a moderação, a tolerância, a cortesia e o respeito pelo passado. Os soberanos da dinastia Han deram ao confucionismo uma interpretação que permitia que outros sistemas de pensamento a ele se adequassem, assim o legalismo (crença num governo duro e forte) era cabível dentro do confucionismo. No entanto, a lei seria o último recurso e a conciliação seria, portanto, o meio mais eficaz e ético para resolver os litígios.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

valores-breve citação

 “ O destino de nosso tempo, que se caracteriza pela racionalização, pela intelectualização e sobretudo o desencantamento do mundo, levou os homens à banirem da vida pública os valores supremos e mais sublimes” 
Max Webber

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

breves...obviedades esquecidas

"É necessário que os princípios de uma política sejam justos e verdadeiros"
Fonte: "Olintianas" Autor: Demóstenes

"A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano"
Fonte: "O Livro dos Disparates" Autor: Voltaire

"Todos os segredos da política consistem em mentir a propósito"
Autor: Pompadour , Jeanne

"No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise"  Autor: Alighieri , Dante

"Os políticos não conhecem nem o ódio, nem o amor. São conduzidos pelo interesse e não pelo sentimento"
Fonte: "Letters"
Autor: Chesterfield , Philip

sábado, 6 de novembro de 2010

Ao poeta

A Pluralidade Humana
A pluridade humana, condição básica da acção e do discurso, tem o duplo aspecto da igualdade e diferença. Se não fossem iguais, os homens seriam incapazes de compreender-se entre si e aos seus antepassados, ou de fazer planos para o futuro e prever as necessidades das gerações vindouras. Se não fossem diferentes, se cada ser humano não diferisse de todos os que existiram, existem ou virão a existir, os homens não precisariam do discurso ou da acção para se fazerem entender. Com simples sinais e sons poderiam comunicar as suas necessidades imediatas e idênticas. Ser diferente não equivale a ser outro - ou seja, não equivale a possuir essa curiosa qualidade de «alteridade», comum a tudo o que existe e que, para a filosofia medieval, é uma das quatro características básicas e universais que transcendem todas as qualidades particulares. A alteridade é, sem dúvida, um aspecto importante da pluralidade; é a razão pela qual todas as nossas definições são distinções e o motivo pelo qual não podemos dizer o que uma coisa é sem a distinguir de outra.
Na sua forma mais abstracta, a alteridade está apenas presente na mera multiplicação de objectos inorgânicos, ao passo que toda a vida orgânica já exibe variações e diferenças, inclusive entre indivíduos da mesma espécie. Só o homem, porém, é capaz de exprimir essa diferença e distinguir-se; só ele é capaz de se comunicar a si próprio e não apenas comunicar alguma coisa - como sede, fome, afecto, hostilidade ou medo. No homem, a alteridade, que ele tem em comum com tudo o que existe, e a distinção, que ele partilha com tudo o que vive, tornam-se singularidades e a pluralidade humana é a paradoxal pluralidade dos seres singulares.

Hannah Arendt, in 'A Condição Humana'

A Doutrina da Humanidade



Ter suficiente domínio sobre si mesmo para julgar os outros em comparação consigo e agir em relação a eles como nós quereríamos que eles agissem para connosco é o que se pode chamar a doutrina da humanidade; nada há mais para além disso.
Se não se tem um coração misericordioso e compassivo, não se é um homem; se não se têm os sentimentos da vergonha e da aversão, não se é um homem; se não se têm os sentimentos da abnegação e da cortesia, não se é um homem; se não se tem o sentimento da verdade e do falso ou do justo e do injusto, não se é um homem. Um coração misericordioso e compassivo é o princípio da humanidade; o sentimento da vergonha e da aversão é o princípio da equidade e da justiça; o sentimento da abnegação e da cortesia é o princípio do convívio social; o sentimento do verdadeiro e do falso ou do justo e injusto é o princípio da sabedoria. Os homens têm estes quatro princípios, do mesmo modo que têm quatro membros.

Confúcio, in 'A Sabedoria de Confúcio'