Sabedoria de Vida é Usufruir o Presente
Não permitir a manifestação de grande júbilo ou grande lamento em relação a qualquer acontecimento, uma vez que a mutabilidade de todas as coisas pode transformá-lo completamente de um instante para o outro; em vez disso, usufruir sempre o presente da maneira mais serena possível: isso é sabedoria de vida. Em geral, porém, fazemos o contrário: planos e preocupações com o futuro ou também a saudade do passado ocupam-nos de modo tão contínuo e duradouro, que o presente quase sempre perde a sua importância e é negligenciado; no entanto, somento o presente é seguro, enquanto o futuro e mesmo o passado quase sempre são diferentes daquilo que pensamos. Sendo assim, iludimo-nos uma vida inteira. Ora, para o eudemonismo, tudo isso é bastante positivo, mas uma filosofia mais séria faz com que justamente a busca do passado seja sempre inútil, e a preocupação com o futuro o seja com frequência, de modo que somente o presente constitui o cenário da nossa felicidade, mesmo se a qualquer momento se vier a transformar-se em passado e, então, tornar-se tão indiferente como se nunca tivesse existido. Onde fica, portanto, o espaço para a nossa felicidade?
Arthur Schopenhauer, in "A Arte de Ser Feliz"
Então? onde fica o espaço para a nossa felicidade?
Parece-me que em lugar algum, dentro de nós mesmos.
Criam-se motivos para atingir a sensação de felicidade e quem disse que tais motivos são realmente desejados por nós e não por indução de outrem?
A humanidade atual, na medida em que se desenvolve intelectualmente (entende-se por ciência, tecnologia, etc...), se ajusta individualmente em suas próprias regras, e ao meu ver, são elas alienadas da totalidade. É o ser humano individualista e regrado de conceituações pessimista com relação ao próximo.
Agrega-se para si o único interesse de preencher o vazio.
O ser humano tornou-se vazio.
Não existe o valor da cumplicidade com o próximo ou com aquele cuja importância é somente a de preencher o vazio, a cumplicidade se dá somente de forma individual.
E não encaro esse individualismo atual como margem para a felicidade.
(....continuarei nesta reflexão...)
Carla Laforgia paz - 01 de março dia chuvoso e calmo.
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