terça-feira, 5 de junho de 2012

O circulo do mundo

"...quando faz maldade a outro, faz maldade a si mesmo, porque esgota todo o seu conteúdo do qual prevalece no mundo a sua existência medíocre. Óh ser humano...pequeno nesse universo...,quando pensas que és dotado de poder, não te percebes como um ser frágil? o grande está naquele que não se atreve ao lado obscuro, porque já sabe que a vida é um paradoxo e que causas do mundo são mais importantes a receberem tuas lagrimas e dores, ao passo que você, se fecha em um globo pequeno...pequeno mundo criado por ti a passar os dias a gastar o único que tem e te faz vivo: a tua maldade. Quando faz maldade a outro...enforca-se com a própria corda e engole o próprio veneno." C.L.P.

Bondade e Sabedoria devem ser Inocentes
Quando a bondade se mostra abertamente já não é bondade, embora possa ainda ser útil como caridade organizada ou como acto de solidariedade. Daí: «Não dês as tuas esmolas diante dos homens, para seres visto por eles». A bondade só pode existir quando não é percebida, nem mesmo por aquele que a faz; quem quer que se veja a si mesmo no acto de fazer uma boa obra deixa de ser bom; será, no máximo, um membro útil da sociedade ou zeloso membro de uma igreja. Daí: «Que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita.»
(...) O amor à sabedoria e o amor à bondade, que se resolvem nas actividades de filosofar e de praticar boas acções, têm em comum o facto de que cessam imediatamente - cancelam-se, por assim dizer - sempre que se presume que o homem pode ser sábio ou ser bom. Sempre houve tentativas de dar vida ao que jamais pode sobreviver ao momento fugaz do próprio acto, e todas elas levaram ao absurdo.

Hannah Arendt

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