quarta-feira, 8 de junho de 2011

Reflexão acerca do vazio do externo...

Há tempos que venho observando que as pessoas que gostam de literatura, filosofia e arte, tão pouco mencionam obras de autores femininos.

Bastam-se apenas a mencionar homens. Ok. Não serei tão injusta, vale lembrar das poesias. O que mais se diz é Clarice Lispector e Florbela Espanca. (tanto homens quanto mulheres).

Estaríamos portanto, estacionados nos seculos anteriores ao XX? Os quais dificilmente as mulheres eram notadas ou então, mencionadas para o grande publico das obras de arte?

Ou melhor dizendo, mencionadas eram...mas valorizadas...tão pouco eram.
Ainda tão pouco são. Será que ainda tão pouco são?

Cada qual com sua razão...
(continua noutro dia onde as lágrimas não me interromperão...) 09-06-11   00:34h

A Racionalização das Emoções (Anais Nin)
O ponto de vista feminino tem sido muito mais difícil de expressar que o masculino. Se assim me posso exprimir, o ponto de vista feminino não passa pela racionalização por que o intelecto do homem faz passar os seus sentimentos. A mulher pensa emocionalmente; a sua visão baseia-se na intuição. Por exemplo, ela pode ter um sentimento em relação a qualquer coisa que nem sequer é capaz de articular.
A princípio, achei extremamente difícil descrever como me sentia. Porém, se fazemos psicanálise, a questão é sempre: «Como é que se sentiu em relação a isso?» e não «O que é que pensou?» E como muito frequentemente a mulher não deu o segundo passo, que é explicar a sua intuição - por que passos lá chegou, o a-b-c daquilo - ela não consegue ser tão articulada.
Ora eu tentei fazer isso (quer tenha conseguido quer não), e, porque estava a escrever um diário que pensava que ninguém leria, consegui anotar o que sentia acerca das pessoas ou o que sentia acerca do que via sem o segundo processo. O segundo processo veio através da psicanálise, que era igualmente um método de comunicar com o homem em termos de uma racionalização das nossas emoções de modo que pareçam fazer sentido ao intelecto masculino. Por isso existe uma diferença, penso eu, que é muito profunda, mas que está a começar a desaparecer. Com efeito, penso que, quando a geração mais jovem passa por qualquer experiência psicanalítica descobre que os sonhos dos homens e das mulheres são os mesmos, o inconsciente é universal, e que aí as coisas brotam do sentimento e do instinto e não passaram pelo processo de racionalização, e portanto este é um ponto de vista feminino. (fonte: citador.pt)

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