terça-feira, 30 de agosto de 2011

Delirios

Nesta noite, quando o vento gela minha pele
parece que este vento se fez gélido para me acordar
mas sempre penso que acordo todos os dias,
mas sempre penso que sou uma nova mulher
mas sempre há quem gritará pertinho dos meus ouvidos
me fazendo lembrar que tudo é igual.

Nesta sensação de corpo frio como um cadáver de alma quente e quebrada
parece que esta alma me engana fingindo estar despedaçada
há um vulcão dentro de mim a espera de uma novidade
há um vulto que me cerca dizendo-me para abrir meus olhos
há um som triste da natureza mostrando-me desesperada o que não consigo ver


Nesta chama que me queima e faz sair de mim gritos e gemidos
minha exclamação se veste de interrogação e assim uma brinca com a outra
o engano de ver o que não quero e ouvir o que não devo
o engano de querer quem não quero e não querer quem eu quero
o engano de errar e errar e errar, tateando a esfera da arte de amar

Neste encontro, nunca encontrei, noutros encontros, jamais encontrarei
saber amar, é mais fácil do que se deixar amar
fugir do amor desvirtuando palavras, deturpando intenções
fugir do amor fazendo piadas, transformando o amado em amigo
fugir do amor fingindo força, fingir negar o sentimento

Neste dia, escutei com o coração todos os sons da natureza
minha alma já então fortalecida, sente a força
minha alma já então agradecida, assume a covardia minha
minha alma já então pelando, sabe que haverá um amor
amor mais forte do que o meu sentir de amor
amor que me enfrenta e me fará delirar

delirar de febre de tanto amor receber
e por isso tirei minhas vendas, porque agora tudo quero ver
ver o amor delirar, ferver

Carla Lacrimae paz


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