quarta-feira, 27 de julho de 2011

por Saramago

Que Humanidade é Esta? 
Se o homem não for capaz de organizar a economia mundial de forma a satisfazer as necessidades de uma humanidade que está a morrer de fome e de tudo, que humanidade é esta? Nós, que enchemos a boca com a palavra humanidade, acho que ainda não chegámos a isso, não somos seres humanos. Talvez cheguemos um dia a sê-lo, mas não somos, falta-nos mesmo muito. Temos aí o espectáculo do mundo e é uma coisa arrepiante. Vivemos ao lado de tudo o que é negativo como se não tivesse qualquer importância, a banalização do horror, a banalização da violência, da morte, sobretudo se for a morte dos outros, claro. Tanto nos faz que esteja a morrer gente em Sarajevo, e também não devemos falar desta cidade, porque o mundo é um imenso Sarajevo. E enquanto a consciência das pessoas não despertar isto continuará igual. Porque muito do que se faz, faz-se para nos manter a todos na abulia, na carência de vontade, para diminuir a nossa capacidade de intervenção cívica.

José Saramago, in 'Canarias7 (1994)' (citador.pt)

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"Eu acredito no respeito pelas crenças de todas as pessoas, mas gostaria que as crenças de todas as pessoas fossem capazes de respeitar as crenças de todas as pessoas."

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A Regra Fundamental de Vida
Quando nós dizemos o bem, ou o mal... há uma série de pequenos satélites desses grandes planetas, e que são a pequena bondade, a pequena maldade, a pequena inveja, a pequena dedicação... No fundo é disso que se faz a vida das pessoas, ou seja, de fraquezas, de debilidades... Por outro lado, para as pessoas para quem isto tem alguma importância, é importante ter como regra fundamental de vida não fazer mal a outrem. A partir do momento em que tenhamos a preocupação de respeitar esta simples regra de convivência humana, não vale a pena perdermo-nos em grandes filosofias sobre o bem e sobre o mal. «Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti» parece um ponto de vista egoísta, mas é o único do género por onde se chega não ao egoísmo mas à relação humana.

José Saramago, in "Revista Diário da Madeira, Junho 1994"
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segunda-feira, 25 de julho de 2011

permissividade de sentimentos

Tudo o que vemos vem de dentro.
Tudo o que sentimos depende da ótica que temos em determinado momento da vida. A felicidade existe, mas não vem do externo e quando  exterioziada por nós, é capaz de atingir quem está perto. E ela, a felicidade, é vivenciada de acordo com a ótica do momento da situação a qual vivemos.
Assim como a tristeza, quando exteriorizada, atinge quem está perto.
Sentimentos nossos, pairando na esfera dos pensamentos, apenas atingem o externo quando, ao serem exteriorizados tem permissão para tal....por isso não vem de fora, é só e tão somente de dentro.
A permissividade é prazerosa e saudável mas também perigosa e doentia.

Sejamos todos permissivos ao belo, se a página virar e o que nos tocar for a maldade da ótica do outro, fechamos o livro. Encerra-se a leitura. Abre-se outros.
Há muito de grande e misterioso nesse mundo, que esquecemos de agirmos com curiosidade e fome de aprendizado.

Que as pessoas sejam como queiram ser, que devemos entrar com amor a quem nos permite, que sejamos amados por quem permitimos, que saibamos olhar melhor aquilo que nos parece invisível, que tenhamos a percepção de que somos um grão de areia nessa imensidão da vida.

Observem o céu...os pensamentos voam, há muito mais por lá...Observem o mar, não se chega nunca a linha do horizonte, há muito mais por lá...

E essa sensação de infinito é comparativa ao amor.

Que amemos então, mas que amemos mesmo pois penso que para amar é necessário a presunção da entrega. O amor essencialmente agindo existencialmente. Por muitas vezes, senão todas, o dizer é um hábito fácil, já o agir ocorre quando o amor é intenso, e existe nessa intensidade a paixão, que movida pela coragem, nasce o mais profundo beijo.

Seja o que for...a permissividade só é bonita quando ao exteriorizar sentimentos por alguém, você os receba com o mesmo respeito e carinho e sinta desejo de retribuir, mas não por retribuir no sentido exato da palavra, mas sim por devolver o sorriso, as caricias e todas essas sensações gostosas.

Em muitos momentos acreditamos que ao exteriorizar algum sentimento bom (subjetivo), que quem os receberá, receberá de bom grado, e o que ocorre é que da mesma forma em que não desejamos carícias e gentilezas de alguns, é perfeitamente possível que outros não desejam nossa exteriorização de sentimentos.
A permissividade de sentimentos está na troca de palavras, pois um dá o direito a outro de saber sobre seus pensamentos, a entrega.

Carla lacrimae paz

em mil descobertas....o ser humano e suas indecifráveis faces...
atualizado em 06-08-11

domingo, 24 de julho de 2011

Sabor doce da vida

Embora os anos tenham passado, parecia ter sido ontem, que ela estava a brincar de pular corda, esconde-esconde, jogo de amarelinha, brincadeiras de rua..., broncas dos adultos, a obrigação de escovar os dentes, tomar banho, guardar os brinquedos. Guardar os brinquedos na caixa, guardar e trancar para sempre o ar das brincadeiras, não brincar...matar a inocencia...é preciso agora ser maquiavélica, eis que o mundo é assim, é preciso ter outros olhos, ficar atenta, as pessoas são más, as pessoas não aceitarão sua inocencia como atribuição boa, mas a usarão como forma de diminui-la. É adulta....embora os anos tenham passado...parecia ontem que estava a brincar e sorrir leve como uma pluma....agora adulta sente o peso da seriedade dos adultos..."não é permitido brincar".

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Dia desses li um texto de André Cardoso, sobre a criança que há em nós, adultos. Naquele dia passava por um momento de desejo de matar meu lado infantil por encontrar demasiadamente pessoas serias sem proposito algum da existencia dessa seriedade em determinados assuntos.

Comum para alguns a leitura em silencio, o meu silencio requer musica para concentração na leitura de um texto reflexivo. (o que não occorre com os livros filosoficos, a esses preciso estar só, permissão somente ao som da natureza).

Um belo texto. Tal reflexão trouxe-me o sabor do gosto de brigadeiros de festas infantis, minha ótica teve a luz inocente das crianças e um brilho de saudade de partes da minha infancia, me fez desistir de matar meu lado criança. Não tive outra opção senão pegar um pirulito, meu caderno e uma caneta, sentar euforica em minha cama, e escrever com a mesma intensidade de alegria que saboreava o morder daquela bala de morango gigante presa a um palito de madeira.

Quando escrevo em meu caderno e as palavras saem de forma que não coincidem com o que quero expressar, amasso o papel e brinco de tiro ao alvo na lixeira. Se eu acertar, sinal de que coisas boas acontecerão, se eu errar, nada bom acontecerá....! me vejo rindo sozinha, a consciencia adulta desssas bobagens acumuladas com o espirito infantil, torna tudo mais leve na expressão de um riso.

Concordo sim, que há uma criança dentro de nós, todos adultos tem em momento ou outro alguma ação boba, infantil.

A questão é que não desejamos nos mostrar crianças, necessitamos que os outros nos vejam adultos.

A musica que eu escutava ao ler o texto reflexivo de André Cardoso, era uma do Pink Floyd:  COMFORTABLY NUMB.

Gosto de brincar com as coincidencias, e logo fui verificar a tradução da musica.

Ela diz, na minha interpretação, sobre o adulto que entorpecido pelas estranhezas ações dos outros, chora por dentro ao se deparar com o desaparecer de suas lembranças de crianças, seus sentimentos que antes eram puros e simplóreos, estavam sendo despejados na correnteza da maldade do ser humano adulto.

Um adulto entorpecido e confortavel, assim se fez necessário para sobreviver num mundo de adultos, cuja ações nada tem de inocencia e ingenuidade, é maquiavélica e dotada de maldade, controle. Um ser humano a deter ações do outro por puro controle. "isso não pode, isso não deve ser feito, isso não deve ser falado, vc está errado, isso é feio, isso é chato, teu lado bom...o que pensava ser bom, não é, durma, faça dormir a criança que há em você, seja confortável, seja confortável....(para os olhos do mundo...)...

O que seria deixar viver a criança que há dentro de nós?

Não significa agir como um adulto mentalmente atrasado (retardado), significa ao meu ver, compreender que o mundo de hoje está tão equivocado, que há assuntos muito mais importantes a serem levados a sério e que requerem sim atenção especial, e nada, simplesmente nada de riso e brincadeiras.

Não brinco e não acho graça, com a condição nos ensinos publicos destinados as crianças do mundo atual, não acho normal ver crianças pedindo esmolas, e tais esmolas nem sequer são dinheiro, comida, é pedido de esmola de atenção, de sentir-se gente. Não acho normal adolescentes desejando matar e matando por consequencia dos atos desumanos sofridos quando criança.

As crianças de hoje, que geram noticias escandalosas para o gosto do bolso da midia, estão gritando: "CHEGA"

Mas os adultos não a escutam. As pessoas acham comum.

Neste mundo o qual não pertenço, essas situações passaram a ser normal. "que culpa eu tenho", é assim que as pessoas pensam.

Não há culpa, mas há o sentimento moral. Quem consegue rir para situações dessas e bravejar ao ver um adulto brincar de jogar bolinhas de papel amassado no lixo tentando a sorte, não condiz com a natureza humana.

Em comunidades virtuais, colocam-se assuntos sociais a serem discutidos e a isso chamo de grande ofensa moral. Oras, discutir e julgar, soluções não existem! são esses os tipos de opiniões colocadas.

A solução para tais problemas sociais está no agir e sobretudo no agir do sufrágio, o voto. Não há nem mais a questão do "saber votar em um politico", a questão é ter consciencia de NÃO VOTAR.

A cada pãosinho que se compra na padaria, é gerado imposto destinado ao governo, para arrecadação de dinheiro suficiente para fazer valer os princípios fundamentais da Constituição Federal sobretudo o direito a dignidade humana (alimento, saude, moradia, ensino e cultura).

Todos nós sabemos que tal dinheiro arrecadado, o chamado "erário" (que significa dinheiro do povo cujo guardião é os cofres publicos), vai pra custear confortos para os politicos.

E por que o ser humano hoje acha isso normal? consegue sorrir para esse tipo de aberração mas é incapaz graça para coisas bobas e inocentes?


As crianças são mais corajosas. Elas refletem e agem, elas se divertem. Os adultos pensam e não agem e ainda pensam ser errado aquele que sorri.

Seriedade serve para coisas grandes, o riso exsite para sermos crianças. Tenhamos portanto paixão pelas simplicidades que a vida oferece. Paixão pela vida. Só assim gerará respeito e o equilibrio em ser adulto mantendo-se viva a criança que há dentro de nós.

Será que algum dia o caos o qual caminhamos, resultará na ordem? cuja leveza será a consciencia do que deve ser feito, do que merece ser esbracejado e do poder de sentar no chão, relaxar e rir?

"Nada é mais fácil do que se iludir, pois todo o homem acredita que aquilo que deseja seja também verdadeiro." Demóstenes
"Nada se parece tanto com a inocência como uma indiscrição." Oscar Wilde
"A alegria só pode brotar de entre as pessoas que se sentem iguais." Balzac
"Os homens só se compreendem uns aos outros na medida em que os animam as mesmas paixões." Stendhal 














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citação:
(reflexão de Carla Laforgia, baseada no texto composto no link abaixo, de A. Cardoso)
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Vídeo da musica do Pink Floyd com tradução:

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sexta-feira, 22 de julho de 2011

noturno

Durante a madrugada, perco meu sono
Tenho receio do que acontecerá
Se ao ler um livro viajarei nas palavras sábias
ou se tudo o que vivo não passa de um sonho

Durante a madrugada, perco meu sono
Tenho receio de sair do extase que me encontro
Se ao deitar-me fixarei meus pensamentos no nada
ou se viajarei no tempo desfeito por qualquer palavra

Carla Laforgia paz

A razão

A razão é uma das formas de consciencia, cujo pensamento se dá de forma organizada e racionalizada com a funcionalidade de concluir com coerencia o que é certo ou errado, verdadeiro ou falso, melhor ou ruim.

Carla Laforgia paz

Mente limpa, mente aberta.

(reflexão baseada no filme Sem Limites, por Carla Laforgia)

“Por que ao realizarmos os maiores sonhos de nossas vidas, alguém nos apunhala pelas costas? Bom, posso dizer-lhes uma coisa: jamais deixarei que eles me toquem” [...]
Eddie – (personagem do ator Bradley Cooper no filme Sem Limites)

Qual a motivação que precisamos para realização de algum desejo? E como conseguimos por vezes aniquilar alguns desejos? Sonhos empurrados para longe, por consequência da contra vontade do inconsciente ou apenas deixamos cair no esquecimento pela conformidade da premissa de que não daria certo?

Por que deixamos passar? O que não conseguimos enxergar no momento exato de determinada vontade de realizar algo que não realizamos?

Neste filme no qual me inspiro para reflexão analítica acerca da mente humana, o personagem, sendo ele mesmo em sua pura essência, largado e desencanado do conforto básico que a grande maioria das pessoas procura manter em suas vidas, parece sofrer por não conseguir realizar seu sonho de escrever um livro, não pelo simples motivo de escrever, mas por não conseguir acessar a sua mente.

É notória a sua necessidade de reconhecimento, contudo, não consegue seguir em frente, passa a ser descrente daquilo que deseja aos olhos alheios, perde a admiração da namorada, os amigos não o levam a sério. Mas suas ideias estão lá, vivas, apenas é preciso uma oportunidade para dar o primeiro passo, acessar a mente... acessar a mente.
"A memória age como a lente convergente na câmara escura: reduz todas as dimensões e produz, dessa forma, uma imagem bem mais bela do que o original.” Arthur Schopenhauer
A mente humana é um verdadeiro labirinto o qual, a ciência ainda não conseguiu pleno acesso.

É possível por meio de cirurgia retirar parte do cérebro que comanda as emoções, é possível deixar de amar, é possível retirarmos as lembranças do passado.

É possível controlar o humor e nossos devaneios por meio de remédios psicotrópicos.

Mas não há possibilidade de implantar motivação, idéias, sonhos, vontades... desejos. Tais sentimentos abstratos vêm de dentro e nunca de fora, o externo não tem relação alguma com nossas dificuldades em agir, em sonhar, em realizar vontades.

No filme, em dado momento, Eddie, o personagem principal, recebe uma pílula, a pílula da genialidade que faz com que ele tenha pleno acesso a tudo o que está em seu subconsciente, e adquire facilidade de memorização e raciocínio rápido. Ganha reconhecimento por seus atos e isso lhe dá maior impulso motivando-se a realização de tornar vivo o seu livro. 
 "As únicas coisas que valem a pena serem ditas são as que esquecemos, tal como as únicas coisas que valem a pena serem feitas são as que surpreendem o mundo." Oscar Wilde.
Penso em quantas oportunidades deixamos de perceber por construirmos premissas falsas. O ser humano tem plena capacidade consciente, o que nos difere dos animais irracionais. Por um outro lado, nossas próprias ideias nos afastam de nossos sonhos. Construimos informações falsas e negamos sem perceber, o acesso ao subconsciente.

Nos pautamos pela obviedade. “aquilo que parece ser, é o que de fato parece ser, não há duvida e nem questionamento”.

Eddie, quando toma sua primeira pílula, percebe algo novo da sua “senhoria” (proprietária do apartamento o qual ele morava e estava em dívida com o aluguel), ele a escuta pela primeira vez. Sua mente clareia e ele consegue perceber outra realidade.  E quebra a discussão lhe perguntando: “Mas minha existência não devia incomodá-la tanto. O que é?”
E assim modifica todo aquele quadro.

Sabemos que tudo se modifica, tudo muda, mas não necessariamente para melhor. Geralmente o que nos apresenta como um novo quadro melhor, se auto modifica tão rápido que nos parece apenas ilusão de ótica. E assim é.  Tudo muda, mas quem melhora o que mudou somos nós. 

Todo ser humano tem a capacidade de melhorar um determinado “quadro”, mas isso só é possível se houver permissão de si mesmo para consigo mesmo.

O bloqueio ocasionado pelo pré determinismo, a pré conceituação, o vicio de não escutar, nos impede de ter acesso aos detalhes. Somos condicionados a ouvir, mas nunca escutar o outro. Percebemos tudo, exceto as coisas pequenas e sem essa percepção, não temos a visão do “todo”. Mas apenas do que queremos. E o que queremos passa a ser pequeno, pois nos bloqueamos na realização das nossas vontades. 

Escutar alguém determina compreender, de forma imparcial e sem julgamento algum. Geralmente já pré determinamos o que o outro é e quer,  ouvimos o outro mas escutamos a nossa voz interior. Dessa forma, impedimos de compreender novas razões, pois somos viciados as nossas opiniões em razão de sermos naturalmente aliados de nós mesmos.
“É a minha opinião, e sou a seu favor.” Henri Monnier
“Mesmo se me convenceres, não me convencerás.” Aristófanes
“Os homens são movidos e perturbados não pelas coisas, mas pelas opiniões que eles têm delas.” Epitecto
Penso que a imparcialidade ao escutar o outro está caraterizada nos detalhes: ações voluntárias, sutilezas e simplicidade. Situações que não percebemos de maneira consciente, mas que estão guardadas na memória.

O ser humano é dotado de ideias que sem motivação não consegue capacidade de executá-las.

Viver é uma obrigação, a diferença está em como escolhemos seguir nossos dias. A motivação torna-se tudo mais suportável, transforma momentos da vida em intenso prazer. 

A liberação de serotonina, química essencial em nosso cérebro, aniquila qualquer fator externo que venha contrariar a realização de alguma vontade.

Em um momento Eddie diz: “Estava cego, agora enxergo”.

Quantas vezes já não percebemos posteriormente algo que antes não havíamos sentido? Pode-se afirmar que a esse lapso de memoria se deu por experiência posterior? Ou poderia ser o nosso bloqueio natural de não querermos ver para simplesmente não termos de enfrentar?


O conformismo seria a interrupção do efeito da motivação para realização de algo.
“As boas resoluções estão sujeitas a uma fatalidade – são sempre tomadas demasiado tarde.” Oscar Wilde
Não que devemos nos obrigar a realizar nossas ideias, não que devemos nos sentir motivados cem por cento de cada fragmento de segundo de nossas vidas, mas que se possível fosse, adquirir a pílula da genialidade, diria que o ideal é ter acesso a própria mente, de forma limpa e aberta, a visão de um todo e não de tudo.

Por mais que o ser humano compreenda o fluir da vida, como ensina Heráclito e o devir como ensina Pitágoras, não há que se negar que as experiências da trajetória da vida, traçam caminhos cheios de convicções, e essas convicções nos fecham para realização de vontades.

Não há confirmação de outras vidas pós morte, nem seria essa uma certeza ideal.

Ideal seria se o ser humano compreendesse que a melhora de um quadro de sua vida depende das cores que ele deseja usar e sua motivação para tal está em ser imparcial com a própria vida, deixando de lado as convicções criadas. Não trata-se de ambição, trata-se de sabedoria.

Aproveitar a vida como ela é: única.

Sonhar, desejar, ter ideias? Mas agir, fazer acontecer, seguir em frente, enfrentar a si mesmo, apagar conceitos gerados, perceber detalhes, tirar a roupagem do óbvio e mergulhar no que há dentro dele. Assim abre-se a mente, mente limpa, pronta para o que há de novo, pronta para escutar o que foi jogado no subconsciente. 

Consciência plena no plano da ação na atmosfera do livre pensar, a sabedoria da genialidade da vida é estar pra si em  plenitude do viver imparcialmente no que se refere a observar o mundo.

Não posso deixar de colocar que Eddie deixou-se enganar atribuindo a si como felicidade, o poder em detrimento dos outros. Modificou-se por completo, sua aparência antes simplória e ao meu ver mais natural, tornou-se impecável e anti natural. Como? Eis que estou aqui a julgar o personagem em minha análise de sua aparência e atitudes antes da pílula da genialidade? Sim, mas posso compreender os detalhes e perceber portanto que a motivação de Eddie foi chegar ao topo da vida, ou seja, atribuir sua verdadeira essência na sua existência, ser quem ele deseja ser e estar com quem ele deseja estar.
E você? É capaz de abrir sua mente para si mesmo?

Seria preciso mergulhar nos seus segredos mais profundos e jogar fora o que não lhe é válido e partir rumo aos desejos que um dia você desistiu.

A pílula da genialidade que nos permitiria enxergar o todo é o aniquilar o medo do fracasso, aprender a escutar sem convicções velhas e ultrapassadas, não ter receio, viver a vida, simplesmente viver a vida...
Para que no final da vida não pensemos:
“Porque a vida passou antes que pudéssemos viver.” Vitor Hugo

Carla Laforgia paz

 

Documentário BBC: