segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Te amo em paz, a paz do amor.

Amar em paz
é amar a si mesmo
manifestando sem pretensão
amor ao mundo, a vida e a morte

Aceitar a vida, o amor a paz
recusar o mal, apesar de abraçar o sofrimento
pois sofrimento também é amor
é dor da saudade, da vontade, é dor da duvida

Amar em paz
sem odiar, sem mágoa provocar
sem vingança desejar
compreender o lado oposto da vida
da vida doutro, que não é tua vida

Amar em paz, amo-te em paz
Paz minha, interior, tranquila
ler os outros nas entrelinhas
palavras sem cor, invasivas

Amar em paz e harmonia
a todo, a nada, alguém, ninguém.

Amar em paz
nessas águas que se vão
das melhores lembranças que ficarão



e que vida fale por si...
nos dias que seguirão...

ao vento...pelo mundo
mundo de quem ama
dos romanticos
de sentimento profundo.

C.L.  19-09-2011

"Nós inventamos o que amamos e o que tememos." John Irving

domingo, 18 de setembro de 2011

Pensamentos de Antoine de Saint-Exupéry


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Cerimonial do Amor
Se não houver esperanças de que o teu amor seja recebido, o que tens a fazer é não o declarar. Poderá desenvolver-se em ti, num ambiente de silêncio. Esse amor proporciona-te então uma direcção que permite aproximares-te, afastares-te, entrares, saíres, encontrares, perderes. Porque tu és aquele que tem de viver. E não há vida se nenhum deus te criou linhas de força.

Se o teu amor não é recebido, se ele se transforma em súplica vã como recompensa da tua fidelidade, se não tens coração para te calares, nessa altura vai ter com um médico para ele te curar. É bom não confundir o amor com a escravatura do coração. O amor que pede é belo, mas aquele que suplica é amor de criado.Se o teu amor esbarra com o absoluto das coisas, se por exemplo tem de franquear a impenetrável parede de um mosteiro ou do exílio, agradece a Deus que ela por hipótese retribua o teu amor, embora na aparência se mostre surda e cega. Há uma lamparina acesa para ti neste mundo. Pouco me importa que tu não possas servir-te dela. Aquele que morre no deserto tem a riqueza de uma casa longínqua, embora morra.

Se eu construir almas grandes e escolher a mais perfeita para a rodear de silêncio, ficarás com a impressão de que ninguém recebe nada com isso. E, no entanto, ela enobrece todo o meu império. Quem quer que passa ao longe, prosterna-se. E nascem os sinais e os milagres.

Não importa que o amor que alguém nutre por ti seja um amor inútil. Desde que tu lhe correspondas, caminharás na luz. Grande é a oração à qual só responde o silêncio; basta que o deus exista.
Se o teu amor é aceite e há braços que se abrem para ti, então pede a Deus que salve esse amor de apodrecer. Eu temo pelos corações cumulados.
.....

Não Confundas o Amor Com o Delírio da Posse 

Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. Por eu amar a Deus, meto-me a pé pela estrada fora, coxeando penosamente para o levar aos outros homens. E não reduzo o meu Deus à escravatura. E sou alimentado com o que ele dá a outros. Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca. 
  

sábado, 17 de setembro de 2011

Pensamentos de Jeanne de Vietinghoff

Não Julgues Não julgues. A vida é um mistério, cada um obedece a leis diferentes. Conheces porventura a força das coisas que os conduziram, os sofrimentos e os desejos que cavaram o seu caminho? Supreendestes porventura a voz da sua consciência a revelar-lhes em voz baixa o segredo do seu destino? Não julgues; olha o lago puro e a água tranquila onde vêm quebrar-se as mil vagas que varrem o universo... É preciso que aconteça tudo aquilo que vês.
Todas as ondas do oceano são precisas para levar ao porto o navio da verdade. Acredita na eficácia da morte do que queres para participares do triunfo do que deve ser.

Jeanne Vietinghoff


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http://www.vietinghoff.org/eng/leben/eltern/mutter3.html

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

por Saramago - II

A Racionalidade Irracional

Eu digo muitas vezes que o instinto serve melhor os animais do que a razão a nossa espécie. E o instinto serve melhor os animais porque é conservador, defende a vida. Se um animal come outro, come-o porque tem de comer, porque tem de viver; mas quando assistimos a cenas de lutas terríveis entre animais, o leão que persegue a gazela e que a morde e que a mata e que a devora, parece que o nosso coração sensível dirá «que coisa tão cruel». Não: quem se comporta com crueldade é o homem, não é o animal, aquilo não é crueldade; o animal não tortura, é o homem que tortura. Então o que eu critico é o comportamento do ser humano, um ser dotado de razão, razão disciplinadora, organizadora, mantenedora da vida, que deveria sê-lo e que não o é; o que eu critico é a facilidade com que o ser humano se corrompe, com que se torna maligno.
Aquela ideia que temos da esperança nas crianças, nos meninos e nas meninas pequenas, a ideia de que são seres aparentemente maravilhosos, de olhares puros, relativamente a essa ideia eu digo: pois sim, é tudo muito bonito, são de facto muito simpáticos, são adoráveis, mas deixemos que cresçam para sabermos quem realmente são. E quando crescem, sabemos que infelizmente muitas dessas inocentes crianças vão modificar-se. E por culpa de quê? É a sociedade a única responsável? Há questões de ordem hereditária? O que é que se passa dentro da cabeça das pessoas para serem uma coisa e passarem a ser outra?
Uma sociedade que instituiu, como valores a perseguir, esses que nós sabemos, o lucro, o êxito, o triunfo sobre o outro e todas estas coisas, essa sociedade coloca as pessoas numa situação em que acabam por pensar (se é que o dizem e não se limitam a agir) que todos os meios são bons para se alcançar aquilo que se quer.
Falámos muito ao longo destes últimos anos (e felizmente continuamos a falar) dos direitos humanos; simplesmente deixámos de falar de uma coisa muito simples, que são os deveres humanos, que são sempre deveres em relação aos outros, sobretudo. E é essa indiferença em relação ao outro, essa espécie de desprezo do outro, que eu me pergunto se tem algum sentido numa situação ou no quadro de existência de uma espécie que se diz racional. Isso, de facto, não posso entender, é uma das minhas grandes angústias.

José Saramago


olhares da vida


"Esta vida é um perpétuo combate e a filosofia o único emplastro que podemos pôr nas feridas que recebemos de todos os lados." Voltaire

 
"Não há um lado mau da vida: a vida é una." Shaw Bernard

 "A vida nunca deu nada aos mortais sem grandes fadigas." - Horácio

o lado que diz

te amo
amo vc
ahhhh amo! que tanto amei...
ainda amo?
quem? se amo?
não sei!
e quando sei...
amo tanto
que nem o dizer saboreei!
te amo
amo-te
ah como eu amo
Eu amo vc.
o lado que dia: diga te amo
e outro lado que noite, não diga!
e tem o outro lado que vaga?
não sofras
então não amo...
não te amo
Eu não te amo mais...
nunca te amarei mais
não te amei tanto assim
nunca amei tanto assim
nunca não te amarei assim
meu tanto é tanto que amo
amo um tanto infinito...é sim!
eu te amo.
diz minha voz...
que bate com um martelo...
no meu coração...quebrado, partido
chora e sangra, apaixonado...bandido!
grita:
eu te amo
o lado que dia e noite
eu te amo que queima
e o lado que escondo?!
de quem amo.
ah como eu amo...
sofrendo e amando.
calada e sonhando
sozinha e chorando
dessas notas musicais e paisagens
existe o nada, o vazio...
venha-me amor, 
te amo, e te amo tanto
que tanto assim...
me esconderei dentro de mim
fecho-me e tranco me, no meu proprio fim
o lado que diz te amo, te amo sabe?
me desarme, pegue-me com sua chave
abra-me...que te amo tanto
abra-me....cante em meus ouvidos
que de meu corpo sairá uma chama
tão fogo que arde e queima
vulcão
...é o lado que diz...dia noite...vida infeliz...
só! 

Carla Lacrimae paz 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ao amor

que deva ser sem testes
sem perguntas
que deva ser sem medo
que deva ser sem sofrimento do descaso
que deva ser com dor da saudade,
que deva não conter lágrimas senão do desespero
da vontade que dá de juntar as duas mãos
aos beijos
que deva ser apaixonante, de um dia, dois, de uma vida
que deva ser mantido a pureza da intensidade
do querer ficar juntos
que não haja deformação
da má interpretação
que deva ser respeitado
ao amor
que deva ser simplesmente amor.
que o confuso, receba o amor perturbado
desconsertado, para desconfundir
que o génio receba o amor corajoso
daquela que o entenderá, o contemplará
e ao ir embora, não deixar o ódio rastejar
que deva ser lembrado, o nascer do amor
a sede de amar, aquela sede de realmente amar
que não haja interferência, que não haja inconveniencia
e que sobretudo, haja o perdão
porque o amor é o unico sentimento que move a vida
é a razão do viver, é a razão do sofrer
que o amor seja puro e limpo
que o amor seja...
que seja o amor o mesmo sentido do infinito.

de repente

Parecia tudo correto. Eram apenas brincadeiras.
Metáforas em letras musicais.
Sumiço, do nada o ar da presença. Alegria.
Olho a minha volta, só há o vazio, o nada.
Percebo meu mundo, o amor forte, dentro de mim, que vaga.
Desejos inconclusos, meros sonhos
Meu corpo sedento por um abraço
Meus lábios secos em busca de um beijo
Parecia tudo muito calmo. Mas eu sei...brincadeiras...
Não dizia amor e nem desamor
Não dizia afeto e nem desafeto
E eu, ao olhar o descontentamento da realidade
Desejos de um sonho, o inesperado.
Alguém a me dizer tudo, sem dar tempo de me preparar
As mãos de um homem, de desejo puro, suas mãos...a me pegar.
De repente, de repente...levei mais a sério, aquele que comigo só fez a brincar
O respeito, gritou mais alto, cometi um erro, deixei de saber o que era amar
Parecia tudo correto, confusão em minha cabeça, pensamentos desalinhados
Ouvi pelas letras, as risadas sobre mim
Meu corpo fraquejou, minha mente delirou, o sensato foi sumir.
Parecia tudo correto, um amor analfabeto, faltando letras e sentido
De repente, é justamente agora que sinto
o quanto não levei a vida a sério, por relevar demais o brincar de amar
E algum dia, de repente algum dia espero, que nao se lembre
do meu desafeto, por não ter tido a coragem de a ti enfrentar
e nos teus braços e beijos, continuar a te amar.

Parecia tudo correto, era o medo a me dominar.
Agora acabou, e tenho a lembrança doce, para daquela noite
no meu coração guardar...daquele rosto que chora, da emoção estampada em lágrimas escondidas, ao falar da mãe que adora, do dizer sem receio, do receio em tocar, do tocar e do maravilhoso ato de beijar.




Museu virtual

Para quem gosta de apreciar:

MUSEU VIRTUAL


(porém, nada comparado quando a visita é ao vivo)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

alma machucada

enterrando o amor

Eis o problema...
as palavras...
quando ditas
as vezes mal interpretadas
se não explicadas
piores ainda ficam
e a melhor fala
é a que está no olhar

as palavras...
penso eu que...
melhor ser surda
cega e muda
se aprisionar
fugir, pra mais ninguém ligar

que o tempo passe
passe rápido...
não quero mentira e nem verdade
apenas desejo
palavras e ações sem intenção
de maldade

chega de tanta maldade.
13-09-11

(cria-se o belo, o feio, o ruim e o mal, para abstrair-se de uma situação....há quem prefira o ódio, há quem prefira as lagrimas, há quem prefira apenas não sofrer tanto...não tanto mais do que os risos...de alegria)


Não Penses - Virgílio Ferreira

Não Penses
Não penses. Que raio de mania essa de estares sempre a querer pensar. Pensar é trocar uma flor por um silogismo, um vivo por um morto. Pensar é não ver. Olha apenas, vê. Está um dia enorme de sol. Talvez que de noite, acabou-se, como diz o filósofo da ave de Minerva. Mas não agora. Há alegria bastante para se não pensar, que é coisa sempre triste. Olha, escuta. Nas passagens de nível, havia um aviso de «pare, escute, olhe» com vistas ao atropelo dos comboios. É o aviso que devia haver nestes dias magníficos de sol. Olha a luz. Escuta a alegria dos pássaros. Não penses, que é sacrilégio.

Vergílio Ferreira

A paz

"A paz não é um estado primitivo paradisíaco, nem uma forma de convivência regulada pelo acordo. A paz é algo que não conhecemos, que apenas buscamos e imaginamos. A paz é um ideal." Hesse , Hermann

"A paz só a conhece quem sofreu todos os desastres. O que me cabe, depois de alguns desastres, é apenas o caminho arenoso da paz. Este momento." Casemiro de Brito

"É necessário ter o caos cá dentro para gerar uma estrela." Nietzsche
.....
Sobre a paz.
Para alguns, é o ideal da guerra. Para outros é um tempo de tédio, marasmo.
Para tantos, ela não existe senão quando a criamos, na esperança de que ela se instale, após uma profunda experiência assombrosa.
Para muitos é tudo isso e algo mais.
Para mim, a paz significa estarmos de acordo com aquilo que acreditamos e darmos abertura para o conhecimento do novo. É ainda a linha harmoniosa que liga um ser ao outro, o diálogo, o entendimento e o respeito. É inclusive o sentimento de liberdade, da confiança em si mesmo e da mente aberta sem pré conceituações.
A paz ainda significa nada mais nada menos do que saber lidar com as divergências, mas com a propriedade da compreensão, da conversa.
A paz instala-se dentro de nós mesmos, quando no convívio com quem gostamos, a soberania é o sentimento puro e incondicional, o gostar, o amar, sem pretensão de nada, contudo o nada não significa desordem, não significa julgamento, não significa medo.
Quando sentimos a paz, sorrimos para o mundo, ainda que nossos corações estejam em lágrimas, mas sorrimos pela simples reação de termos o sorriso de volta.
A paz nos permite observar o todo, apreciar o belo, e o belo está no amor.
Assim como as sinfonias de Beethoven, compostas com o coração gritando de amor, a mente guerreada de notas musicais desejando sair para o mundo, mas em perfeita paz, paz com aquilo que desejava realizar e não permitiu que ninguém o interrompesse.

C.L

domingo, 11 de setembro de 2011

A tristeza que me entristece e a tristeza que me engrancede

Minha natureza é a de um ser anti social. Descobri a alguns meses que tenho fobia social.
Sentia-me estranha perto das pessoas, era como se ninguém me entedesse ou compreendesse um pouco as minhas poesias dotadas de melancolia, porém, melancolia não significa algo ruim, as vezes é inclusive um conforto, principalmente quando acompanhada por musica ou pelo som da natureza ou pelas notas musicais do silencio pois dele, emanam sons.
A falta de saudade por alguém, a necessidade de estar só e a sensação de viver entre estranhos eram constantes. Eu não compreendia o que isso significava, sentia-me no dever de ninguém ter a sensação de sentir por mim o menosprezo, pois não era isso o que eu sentia, mas só o fato de desejar estar só, causava esta impressão.
As presenças indesejáveis, eram, são, apenas como um vaso...alguns com plantas artificiais e outros vazios.